Apesar de pouca variação com relação ao ano anterior, o cenário aponta para uma estrutura mais estável, com mais agências conseguindo se manter no longo prazo.

Em 2024, houve uma leve redução na presença de agências mais jovens, especialmente aquelas com até 3 anos de atuação. Isso indica que muitas das agências que surgiram nos últimos anos conseguiram se manter ativas e seguiram em crescimento.

Ao mesmo tempo, as agências aumentaram sua participação com mais de 10 anos no mercado, reforçando a presença de empresas mais consolidadas no setor.

Isso também se reflete nas equipes das agências, como veremos mais adiante.

Na edição anterior da pesquisa, referente aos dados de 2023, 34% das agências afirmaram não aplicar internamente o marketing digital que oferecem como serviço aos seus clientes. Aqui, esse cenário mostra sinais de melhora: a maioria das agências agora declara produzir pelo menos conteúdo para suas próprias redes sociais.

Ainda que esse movimento represente um avanço, ele também mostra que a presença digital das agências ainda pode ser mais estratégica e consistente, considerando que o marketing feito “em casa” também é uma vitrine de autoridade, atratividade e alinhamento com o discurso de vendas.

Outra reflexão importante que fica é: quais os riscos de depender unicamente de prospecção ativa (outbound)? E como o marketing pode contribuir para atrair leads mais qualificados, criar percepção de valor e construir relacionamento ao longo do tempo com a própria agência?

As agências se destacam em relação à média geral de outros segmentos quando o assunto é uso de Inteligência Artificial, principalmente em Marketing e Vendas. Veremos mais detalhes de como estão fazendo isso em cada um dos capítulos.

Perceba que as principais dores dos gestores de agência refletem um ponto central: a necessidade de equilibrar a operação com o crescimento sustentável. A maior parte dos respondentes aponta a área comercial e a conquista de novos clientes como o maior desafio, o que mostra o quanto gerar demanda e manter o funil ativo ainda é um gargalo para o setor. No capítulo Clientes detalhamos como as agências captam clientes hoje com mais insights para a operação.

Em segundo lugar, surge a definição e organização de processos, um tema que, quando não estruturado, impacta diretamente outros pontos citados — como a precificação dos serviços e o cumprimento de prazos. Essa dificuldade em operacionalizar o dia a dia de forma fluida revela uma lacuna de gestão que, se preenchida, pode melhorar a performance como um todo.

795 respondentes (resposta múltipla)

Além da grande parte que não utiliza ferramentas de gestão financeira, outra parte expressiva não soube ou preferiu não responder. Isso reforça um ponto sensível das dores anteriores: a falta de organização e clareza nos processos internos tem impacto direto na gestão de resultados e na sustentabilidade financeira das agências. Sem controle e acompanhamento adequado, é difícil precificar corretamente, projetar crescimento ou organizar a operação no dia a dia.

Marketing, Comercial e Parcerias estratégicas se destacam nas áreas de investimento, o que é bastante coerente com as principais queixas e lacunas nas estruturas que vemos hoje.

O movimento é de expansão tanto na geração de demanda quanto na consolidação de estrutura. Um cenário bem otimista para o crescimento do setor nos próximos anos.