Como calcular o payback? Saiba quando seus investimentos trarão retorno

Saiba o que é payback, conheça as vantagens e desvantagens e aprenda a calculá-lo usando o método simples e o descontado

Manoela Folador
Manoela Folador31 de janeiro de 2025
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Payback é o tempo necessário para recuperar um investimento por meio dos lucros gerados. Em vendas, ele indica quando uma empresa começa a ter retorno financeiro após um gasto inicial, auxiliando na análise de viabilidade e planejamento estratégico.


Abrir um negócio, investir em ações, fazer melhorias na empresa… Seja qual for a decisão tomada, saber em quanto tempo ela trará retorno é um desejo comum. E uma maneira de fazer essa previsão é por meio do payback, um cálculo que pode embasar escolhas sobre o seu dinheiro ou do seu negócio.

Quer saber o que é, para que serve e como calcular o payback dos seus investimentos? Neste artigo, vou falar mais sobre o tema, acompanhe!

O que é payback?

Payback (em português, “retorno”) é um cálculo que permite saber quanto tempo um investimento leva para se pagar. Ou seja, a partir de que momento os lucros cobrirão o valor aplicado inicialmente. 

Dessa maneira, o investidor sabe o intervalo que precisará aguardar para ter de volta o seu dinheiro, antes mesmo de investir. Assim, o cálculo do payback também permite entender se o investimento compensa, auxiliando na tomada de decisões.

📖 Veja também: Planejamento de Vendas: o que você precisa saber e como estruturar o seu

Para que serve o payback?

O payback é usado sobretudo por investidores e empreendedores.

Isto porque, o objetivo dos investidores é entender o intervalo necessário para que a empresa em que investiram traga retorno. Assim, se o prazo for muito longo, podem procurar outras opções, com retorno mais rápido.

Os empreendedores, por sua vez, desejam entender em quanto tempo conseguirão recuperar a quantia destinada a novos equipamentos ou à abertura de novas lojas, por exemplo. Com base nisso, decidem se vão dar continuidade ao projeto ou desistir dele, caso a recuperação do custo leve muito tempo.

Vantagens e desvantagens do payback

Da mesma forma que ocorre com outros indicadores de desempenho, o payback também tem suas vantagens e desvantagens. 

Primeiro, conheça os benefícios:

  • Mostra o tempo que um investimento levará para trazer retorno.
  • É fácil de ser calculado, bastando o uso de uma fórmula descomplicada, principalmente no caso do payback simples.
  • Permite entender a viabilidade de um negócio ou projeto, auxiliando na tomada de decisão.

Já entre as desvantagens, estão:

  • É mais recomendado para projetos de curto prazo.
  • É pouco compatível com negócios de grande porte ou com projetos complexos.
  • Não considera rendimentos que ocorrem após o investimento inicial ter sido recuperado.

Portanto, é por isso que não é recomendado usá-lo isoladamente, e sim em conjunto com outros indicadores, como o retorno sobre o investimento (ROI), para que você possa ter uma visão mais completa do cenário.

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Como calcular o payback?

Existem dois tipos de payback: o simples e o descontado. A seguir, explico as diferenças e como calcular cada um.

Como calcular o payback simples?

O payback simples é fácil de entender, mas limitado, pois não considera variáveis que podem impactar o dinheiro com o passar do tempo. Nesse sentido, para calculá-lo, basta pegar o valor de um investimento e dividi-lo pelo fluxo de caixa médio do período que se deseja analisar:

Payback simples = Investimento inicial / Saldo médio do fluxo de caixa no período

Vamos pensar, então, em uma empresa que adquiriu uma nova máquina, no valor de R$ 48 mil. A previsão é que o equipamento traga R$ 4 mil mensais em receita, já sem os custos de manutenção e depreciação, considerando novos produtos que serão produzidos por conta da aquisição. 

Assim, para saber em quanto tempo o investimento vai se pagar, é só aplicar os valores à fórmula:

Payback simples = 48.000 / 4.000

Payback simples = 12

Ou seja, a empresa vai levar 12 meses, ou um ano, para recuperar o investimento feito no equipamento.

Atenção: se a operação for feita usando ganhos mensais, o resultado será em meses. Se for feita com base em ganhos anuais, será em anos.

Mas o problema é que, na realidade, os rendimentos não são fixos e lineares. É preciso ainda considerar a desvalorização do dinheiro com o passar do tempo. Por isso, para quem deseja considerar essas variáveis, é possível usar o payback descontado.

Como calcular o payback descontado?

Enquanto o payback simples não considera o valor do dinheiro no tempo, o payback descontado adiciona uma taxa de desconto aos lucros, trazendo um cenário mais real para o investidor. Portanto, por existirem os descontos, o prazo para recuperar o investimento será superior ao do payback simples.

Para calculá-lo, é importante conhecer dois novos conceitos:

  • Taxa mínima de atratividade (TMA): usada como parâmetro para definir a rentabilidade mínima que se espera obter com o investimento. É definida por quem faz o cálculo, normalmente, usando como base a taxa SELIC.
  • Valor presente líquido (VPL): valor do fluxo de caixa atual, calculado a partir de valores futuros, já com o desconto da TMA.

No entanto, antes de calcular o payback descontado, é necessário usar a fórmula para descobrir o VPL:

VPL = Fluxo de caixa (FC) / (1 + TMA)¹

Por fim, o valor obtido aqui deve ser aplicado à fórmula do payback descontado, que é a seguinte:

Payback descontado = investimento inicial / VPL

Outros indicadores para calcular

Além do payback, outros indicadores financeiros ajudam a avaliar a viabilidade de um investimento e a tomar decisões estratégicas. A seguir, veja como calcular cada um deles:

1. TIR (Taxa Interna de Retorno)

A TIR é a taxa de rentabilidade esperada de um investimento, sendo obtida quando o Valor Presente Líquido (VPL) é igual a zero. Para calcular a TIR, é necessário resolver a seguinte equação:

Onde:

  • FC_t = Fluxo de caixa no período t
  • t = Período (mês, ano etc.)
  • I = Investimento inicial
  • TIR = Taxa Interna de Retorno

O cálculo da TIR é complexo e normalmente feito por softwares financeiros, planilhas como o Excel (usando a função “=TIR()”), ou calculadoras financeiras.

E, quanto maior a TIR, mais atrativo o investimento.

2. Margem de lucro

A margem de lucro, por sua vez, indica a rentabilidade de um negócio e pode ser calculada de duas formas:

  • Margem de lucro bruta:
  • Margem de lucro líquida (considera todas as despesas operacionais e impostos):

Por exemplo, se uma empresa fatura R$ 100.000 e tem um lucro líquido de R$ 20.000, a margem líquida será:

3. Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio mostra quanto a empresa precisa vender para cobrir todos os seus custos, sem prejuízo nem lucro. Ele é calculado por:

Se uma empresa tem custos fixos de R$ 50.000, vende um produto por R$ 100 e o custo variável por unidade é de R$ 60, o ponto de equilíbrio será:

Ou seja, a empresa precisa vender 1.250 unidades para cobrir os custos.

4. Índice de lucratividade

O índice de lucratividade mede o retorno obtido para cada unidade monetária investida. Ele é calculado assim:

Assim, se um investimento inicial foi de R$ 30.000 e o lucro líquido obtido foi de R$ 45.000, então:

Isso significa que, para cada R$ 1 investido, a empresa obteve R$ 1,50 de retorno.

Esses indicadores, quando usados em conjunto com o payback, permitem uma análise financeira mais completa e segura, ajudando a evitar investimentos arriscados e a tomar decisões mais estratégicas.

Quando o payback é negativo?

O payback negativo acontece quando o investimento não consegue se pagar no período analisado. Isso significa que os fluxos de caixa gerados pelo projeto não foram suficientes para cobrir o valor investido, resultando em prejuízo.

Algumas situações em que isso pode ocorrer incluem:

  • Receitas abaixo do esperado: se o retorno financeiro for menor do que o previsto, o investimento pode demorar mais para se pagar ou nem chegar a se pagar.
  • Custos operacionais elevados: despesas inesperadas ou custos mal calculados podem reduzir a lucratividade e estender o tempo de recuperação do investimento.
  • Mudanças no mercado: oscilações econômicas, concorrência acirrada ou mudanças no comportamento do consumidor podem impactar negativamente os resultados.
  • Projeções financeiras irreais: estimativas otimistas demais podem levar a decisões erradas, resultando em um payback que não se concretiza.

Portanto, quando o payback é negativo, é essencial reavaliar a viabilidade do investimento e buscar estratégias para reverter o cenário, como ajuste de preços, redução de custos ou novas estratégias de captação de clientes.

Essa é uma das maneiras de analisar o payback, a seguir separamos algumas outras. 

Como analisar o payback?

Para tomar decisões mais acertadas sobre um investimento, não basta apenas calcular o payback — é essencial saber analisá-lo corretamente. Ou seja, avaliar se o tempo de retorno está alinhado com os objetivos da empresa e se o investimento compensa diante de outras oportunidades disponíveis.

Algumas formas de analisar o payback incluem:

  • Comparação com o ciclo do negócio: um payback mais curto pode ser vantajoso para empresas que precisam de retorno rápido, enquanto negócios com maior fôlego financeiro podem aceitar prazos mais longos.
  • Relação com outros indicadores financeiros: cruzar o payback com métricas como ROI (Retorno sobre o Investimento) e VPL (Valor Presente Líquido) ajuda a ter uma visão mais completa da viabilidade do projeto.
  • Impacto no fluxo de caixa: se o investimento comprometer excessivamente o fluxo de caixa da empresa antes de se pagar, pode ser um risco elevado.
  • Comparação entre investimentos: ao analisar diferentes opções, o payback pode ser um critério de desempate, especialmente quando há necessidade de liquidez rápida.

Dessa forma, ao considerar esses fatores, a empresa consegue interpretar melhor o resultado do payback e tomar decisões estratégicas mais seguras. Nos tópicos seguintes aprofundamos um pouco a relação de payback com fluxo de caixa e ROI. 

Qual é a relação entre payback e fluxo de caixa?

Como é possível perceber nos exemplos que eu dei, o cálculo do payback e o fluxo de caixa da empresa são bastante relacionados.

O fluxo de caixa consiste na movimentação entre as entradas e saídas de dinheiro da empresa. Assim, para descobrir qual é o período necessário para recuperar um investimento, é preciso entender o quanto ele vai gerar todos os meses em termos de receita. 

Mas, caso a empresa não mensure as receitas e despesas todos os meses, de maneira precisa, o cálculo do payback não será confiável. Muitas vezes, por exemplo, a previsão financeira não acontece de fato. Nesses casos, os valores que não entraram em caixa precisam ser subtraídos.

Portanto, para o cálculo funcionar, é necessário fazer uma boa projeção de caixa, considerando as receitas e despesas que tenham relação com o investimento que se deseja mensurar. Além disso, a gestão financeira do negócio deve estar em dia.

📖 Veja também: Previsão de vendas: descubra o que é, quais são os tipos e como fazer

Qual a diferença entre payback e ROI?

Além do payback, é importante considerar outros indicadores. Um deles é o ROI, que permite saber quanto de um investimento foi convertido em lucro. A métrica é bastante utilizada para medir o retorno de ações de Marketing.

A diferença é que o ROI permite saber o retorno trazido pelos investimentos depois que eles já foram feitos, enquanto o payback é uma previsão futura.

Como os indicadores possuem finalidades distintas, ambos podem ser utilizados, dependendo da sua necessidade no momento.

📖 Veja também: ROI: o que é, como e por que calcular o Retorno sobre o Investimento

Exemplo prático: cálculo e análise do payback

Para deixar tudo ainda mais claro e te ajudar a calcular e interpretar o payback, preparei um exemplo de uma pequena empresa que vende roupas online.

Esse exemplo mostra como o cálculo pode ser uma ferramenta útil para avaliar o tempo de retorno de um investimento e tomar decisões estratégicas para o crescimento da empresa.

Cenário do investimento

Imagine que uma empreendedora decide investir na criação de um Ecommerce para vender roupas. Os custos iniciais incluem:

  • Criação da loja virtual: R$ 5.000
  • Estoque inicial de produtos: R$ 10.000
  • Investimento em Marketing Digital: R$ 3.000
  • Outros custos operacionais iniciais: R$ 2.000

Assim, o investimento total seria de R$ 20.000.

Fluxo de caixa mensal

Após iniciar as vendas, a loja gera o seguinte lucro líquido mensal (receita menos custos variáveis e fixos):

  • 1º mês: R$ 2.000
  • 2º mês: R$ 3.000
  • 3º mês: R$ 4.000
  • 4º mês: R$ 5.000
  • 5º mês: R$ 6.000

Cálculo do payback

Para calcular o tempo necessário para recuperar o investimento inicial, somamos os lucros líquidos acumulados até atingir R$ 20.000:

MêsLucro líquido mensalLucro acumulado
1R$2.000,00R$2.000,00
2R$3.000,00R$5.000,00
3R$4.000,00R$9.000,00
4R$5.000,00R$14.000,00
5R$6.000,00R$20.000,00

No final do 5º mês, o investimento inicial é recuperado. Portanto, o payback da loja de roupas online é de 5 meses.

Análise do resultado

  • Como o payback foi alcançado em um período curto (5 meses), esse investimento pode ser considerado de baixo risco e atrativo para o negócio.
  • Se o mercado continuar aquecido e as vendas crescerem, a partir do 6º mês a empresa começará a gerar lucro real, sem precisar recuperar investimentos anteriores.
  • Caso o payback fosse superior a 12 meses, seria necessário avaliar se a empresa tem capital de giro suficiente para se manter até recuperar o investimento.

Por fim, é importante lembrar que o cálculo do payback é mais fácil quando a empresa conta com ferramentas que ajudam a controlar o fluxo de caixa. Plataformas como ERP e CRM também são bastante úteis, possibilitando que a empresa tenha os dados que precisa sempre à mão para fazer essa conta.

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Manoela Folador

Manoela Folador

Quem escreveu este post

Manoela Folador é formada em Jornalismo pela UFMG, com pós-graduação em Marketing Management pela ISEG. Tem mais de 9 anos de experiência no Marketing Digital e certificações em Planejamento Estratégico, Gestão de Projetos, Gestão de Vendas, Growth Marketing, entre outros. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na RD Station.

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