O brainstorming é uma maneira conhecida de gerar ideias, mas nem sempre é o método mais eficaz. Apesar de ser popular entre empresas de todos os setores, o brainstorming tem algumas desvantagens, que vão desde a ineficiência até a ansiedade social, e que podem não torná-lo a melhor escolha para sua equipe. Felizmente, há outra maneira: o brainwriting.
Brainwriting é uma técnica de geração de ideias que complementa e, em muitos casos, melhora o modelo tradicional de brainstorming. Entenda tudo sobre o assunto a seguir!
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O que é brainwriting?
O brainwriting é uma maneira de gerar ideias na qual os participantes escrevem, em silêncio, suas propostas a respeito de um assunto específico por alguns minutos. Existem algumas maneiras diferentes de abordar o brainwriting, mas o método básico é o seguinte:
- Cada participante escreve suas ideias em resposta a uma pergunta ou problema.
- Após terminar, cada pessoa passa o papel para a próxima. Ao receber as ideias do outro, as pessoas as usam como gatilho para adicionar ou refinar suas próprias ideias.
- Depois que os papéis fizerem uma rodada completa, ou seja, depois que cada pessoa receber as ideias dos demais, a equipe compartilha tudo o que foi escrito (geralmente em um quadro branco).
Nos tópicos a seguir nos aprofundaremos no assunto e apresentaremos sugestões de como aplicar o brainwriting com o seu time.
📖 Veja também: Saiba o que é mapa conceitual, como fazer e exemplos
Qual a diferença entre brainwriting e brainstorming?
O brainstorming é uma técnica usada para levantar ideias de soluções de problemas. Ou ainda, para criar coisas novas. É muito comum em agências e consultorias de Publicidade e Marketing.
Apesar de ter o mesmo propósito do brainwriting, o que os diferencia é a forma como esse levantamento é feito.
Em reuniões de brainstorming, é bastante comum as equipes partirem para a exposição, em voz alta e sem filtro, de “toda e qualquer ideia que passar pela sua cabeça”. O termo significa literalmente “tempestade de ideias”, não à toa.
O brainwriting é um método alternativo ao brainstorming. Isto porque, é uma técnica que elimina muitas das armadilhas das reuniões tradicionais de brainstorming, ao ser mais organizada e causar menos exposição das pessoas envolvidas.
Como funciona o brainwriting?
O brainwriting funciona em etapas bem definidas, para engajar todos os participantes e maximizar a criatividade sem a necessidade de debates ou exposição verbal imediata. Confira como o processo acontece:
1. Definição do objetivo: começa com a identificação clara do problema ou da pergunta que precisa de solução. Por exemplo, “Como podemos melhorar a experiência do cliente no nosso aplicativo?”.
2. Criação individual: os participantes têm um tempo determinado (geralmente entre 3 a 5 minutos) para anotar suas ideias individualmente em papéis ou ferramentas digitais. Essa etapa elimina a influência de outras opiniões, permitindo uma abordagem mais original.
3. Troca de ideias: depois que o tempo acaba, cada pessoa passa suas anotações para o próximo participante. Este, ao receber as ideias, pode expandi-las, complementá-las ou sugerir alternativas com base no que leu.
4. Rodadas subsequentes: o processo de troca e complementação continua por algumas rodadas, dependendo do número de participantes e da complexidade do problema.
5. Coleta e análise: após as rodadas, todas as ideias são reunidas e organizadas em um local central, como um quadro branco ou uma ferramenta colaborativa, para análise e discussão do grupo.
Exemplo prático de brainwriting
Imagine que uma empresa quer criar uma campanha publicitária inovadora para um novo produto. Durante a sessão de brainwriting, um participante escreve: “Usar realidade aumentada em lojas físicas”.
O próximo participante adiciona: “Integrar QR codes nos produtos para ativar essa realidade aumentada”. Ao final, a ideia se transforma em uma estratégia completa de interação com o cliente.
Esse método incentiva uma construção coletiva e elimina barreiras como a timidez ou o medo de julgamento, resultando em um ambiente mais inclusivo e produtivo.
Quais são os benefícios de usar braiwriting?
O brainwriting, como dissemos anteriormente, tem vários benefícios e vantagens sobre brainstorming, como:
- geração de ideias de forma mais rápida e eficiente;
- menos ansiedade social e incitação de concorrência durante a reunião;
- produção de ideias mais diversificadas e criativas;
- redução da chance de cair no consenso de pensamento de grupo.
Como o brainwriting faz com que todos escrevam suas ideias ao mesmo tempo, o processo geralmente gera uma quantidade maior de ideias e mais rapidamente.
Além disso, o brainwriting é uma abordagem mais inclusiva para a geração de ideias porque dá a todos uma oportunidade igual de participar e compartilhar seus pensamentos.
Portanto, se você possui pessoas mais introvertidas e tímidas no time, com certeza essa técnica será mais apreciada por eles do que o brainstorming.
Isso porque em uma sessão de brainstorming tradicional, é fácil para as personalidades dominantes dominarem a conversa. Isso pode desencorajar membros da equipe mais introvertidos de contribuir. Com a nova técnica, essa pressão para falar é aliviada e há menos foco nas ideias de qualquer indivíduo.
O brainswriting como ferramenta de criatividade
O brainwriting também ajuda a aumentar a criatividade e reduzir a ansiedade porque as pessoas podem enviar suas ideias anonimamente. Como o nome de ninguém está ligado às ideias, as pessoas tendem a ser menos constrangidas em compartilhar soluções improvisadas.
Além disso, quando ninguém precisa disputar os holofotes, há menos ansiedade social por parecer tolo na frente de seus colegas ou chefe.
A técnica de brainstorming às vezes limita a variedade e a qualidade das ideias porque as primeiras ideias muitas vezes se tornam o foco da discussão. Isso pode impedir que os membros da equipe adicionem novas ideias porque o grupo já chegou a um consenso.
O brainwriting, por sua vez, garante que todas as ideias sejam compartilhadas e consideradas antes que a equipe comece a aprimorar qualquer solução.
📖 Veja também: Saiba como incentivar a criatividade na sua empresa
Quais as desvantagens do brainwriting?
No tópico anterior, percebemos que existem diversas vantagens na utilização do brainwriting. Mas, embora essa seja uma abordagem inclusiva e estruturada para a geração de ideias, não está isenta de desvantagens.
Por exemplo, em uma equipe onde todos são muito verbais, a falta de debate durante o brainwriting pode gerar desmotivação. Além disso, em ambientes com restrições de tempo, a coleta de ideias escrita pode não ser ágil o suficiente para atender prazos urgentes.
Então, é importante conhecer seus possíveis desafios para decidir se é a técnica mais adequada ao seu objetivo. Para te ajudar nisso, separamos a seguir algumas desvantagens, confira:
1. Falta de interação direta: o formato silencioso pode restringir o dinamismo de uma troca verbal. Isto porque, em sessões de brainstorming, ideias muitas vezes ganham vida a partir de debates espontâneos, que são limitados no brainwriting.
2. Dependência de habilidades de escrita: pessoas com dificuldade em organizar pensamentos de forma escrita podem se sentir pressionadas — ou não aproveitar completamente o processo.
3. Risco de repetição de ideias: quando os participantes complementam ou criam com base nas ideias de outros, há chances de surgirem variações muito similares. Assim, no fim das contas, a diversidade pode ficar limitada.
4. Exige estrutura e tempo: o brainwriting demanda organização e um tempo maior para coletar, passar adiante e revisar as ideias. E nem todos os times terão esse tempo sobrando para a etapa de ideação.
5. Necessidade de análise adicional: por produzir um grande volume de ideias, o processo pode resultar em excesso de informações, tornando a etapa de triagem mais trabalhosa.
Quando usar a técnica do brainwriting?
O brainwriting é uma ótima alternativa ao brainstorming, principalmente quando você tem um grupo misto de tipos de personalidade (ou seja, introvertidos e extrovertidos) ou aqueles que pensam melhor no papel primeiro.
Também é uma boa escolha se você não tiver um moderador experiente para manter uma animada sessão de brainstorming nos trilhos. No brainwriting, a maior parte do trabalho é feita de forma rápida e silenciosa no papel, sendo mais fácil manter o foco na questão ou problema abordado.
É possível usar brainwriting no Design Thinking?
O brainwriting pode ser um bom aliado do processo de Design Thinking, especialmente nas etapas iniciais de ideação.
Essa técnica complementa os princípios do Design Thinking ao motivar a colaboração, a criatividade e a diversidade de ideias, mas de uma forma mais estruturada e inclusiva.
Confira como as duas técnicas se misturam:
Fase de empatia
Durante a coleta de percepções e informações, o brainwriting pode ser usado para que os membros da equipe escrevam suas ideias ou interpretações iniciais sobre o problema a partir de dados coletados, permitindo uma visão ampla e sem interferências diretas.
Fase de ideação
Esta é a etapa mais comum para aplicar o brainwriting. Enquanto o brainstorming tradicional é frequentemente utilizado para gerar ideias, o brainwriting oferece uma alternativa mais silenciosa e focada, garantindo que todos os participantes contribuam igualmente.
Por exemplo, em um workshop, os participantes podem propor soluções para melhorar a experiência do usuário em um aplicativo e depois construir sobre as ideias uns dos outros.
Fase de prototipagem e testes
Embora menos usual, o brainwriting pode ajudar na geração de variações de protótipos ou na definição de métricas de teste. Assim, cada membro pode contribuir com detalhes sobre como aprimorar um protótipo já existente.
Portanto, integrar o brainwriting ao Design Thinking pode ser uma forma prática e eficiente de ampliar a qualidade e quantidade de ideias, tornando o processo mais democrático e produtivo.
Como usar a técnica do brainwriting?
Como observado anteriormente, a técnica abordada neste blog post é bastante simples. Todos escrevem suas ideias e as compartilham (normalmente, passando os papéis para a equipe construir).
Para garantir que sua sessão de brainwriting seja um sucesso, siga estas etapas:
1. Esclareça as regras e parâmetros
Primeiro, é importante explicar à equipe qual técnica ou processo você vai usar. Existem regras específicas que os participantes devem seguir ao gerar ideias? Por exemplo, você pode limitar o número de ideias a 5 por pessoa, ou permitir apenas certos tipos de respostas.
2. Identifique o problema ou a pergunta a ser respondida
Em seguida, identifique qual problema você está tentando resolver ou qual pergunta você quer que a equipe responda. Este é o objetivo do processo de brainwriting.
3. Faça com que os participantes escrevam suas ideias em um determinado período
Como líder de brainwriting, você vai monitorar o tempo. A maioria das sessões são curtas e agradáveis, mas se você perceber que os participantes estão enrolando ou já tiverem passado por todos os cartões, use limites de tempo mais curtos (por exemplo, 3-5 minutos por rodada).
4. Compartilhe todas as respostas em um só lugar
Depois que as ideias forem registradas, compartilhe-as em um só lugar. Se vocês estiverem todos juntos em uma sala, escrever as ideias em um quadro branco ou colar as anotações na parede é uma maneira fácil de apresentar as ideias de todos.
Você também pode usar uma ferramenta colaborativa, como o Miro, para registrar ideias em um quadro branco virtual compartilhado. Um quadro branco online funciona especialmente bem para equipes remotas ou distribuídas, que precisam colaborar e permanecer na mesma página.
Também é ótimo para equipes internas, onde as pessoas podem adicionar ideias ou anotações a qualquer momento, mesmo após o término da reunião oficial de brainwriting.
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