Criatividade é a capacidade de gerar ideias novas, resolver problemas ou criar algo original. É impulsionada pela imaginação, curiosidade e a habilidade de conectar conceitos, resultando em soluções inovadoras ou expressões únicas em diversas áreas.
Quantas frases de efeito e jargões você já ouviu sobre criatividade? 99% transpiração e 1% inspiração? As ideias só vêm quando a gente não está procurando por elas? O ócio criativo é um mal necessário? Crianças são mais criativas que adultos?
Tem gente que acha que uma pessoa criativa já nasce com o talento. Particularmente, acredito que a criatividade é algo que se aprende e pode ser colocado em prática por meio de um processo, que vai sendo otimizado com a experiência.
Neste artigo entenda o que de fato é a criatividade, como acontece o processo criativo na prática e como usar essa capacidade na sua agência ou consultoria para gerar novas ideias e expandir seus resultados!
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O que é criatividade?
Para Marcio Ballas, palhaço profissional e mestre do improviso, a criatividade é uma ferramenta para a solução de problemas. E todos temos problemas, portanto, podemos e devemos procurar desenvolver a nossa.
Em suas palestras passadas no RD Summit, Ballas listou três erros que costumamos cometer em relação à criatividade. São os seguintes:
- Associamos a criatividade a áreas específicas, como arte e publicidade.
- Achamos que somos menos criativos do que realmente somos.
- Não acreditamos que todas as pessoas são criativas.
Ballas citou seu espetáculo de improviso e um programa de televisão que ele apresentava, em que tudo também era criado na hora. Ele comentou que as pessoas desconfiavam e lhe perguntavam se, na verdade, não era tudo ensaiado antes.
Ele garante que não e explica que, por mais que isso soe contraditório, a excelência no improviso é fruto de muito estudo, prática e dedicação. Até por isso, o palestrante afirma que todos nós podemos improvisar. Que todos nós podemos ser criativos.
De onde vem a criatividade?
A criatividade é uma habilidade humana que combina genética, experiências de vida e estímulos do ambiente. Embora algumas pessoas possam parecer naturalmente mais criativas, a ciência mostra que todo mundo tem um potencial criativo.
E não para por aí: a criatividade é fortemente influenciada por estímulos externos, como a educação, a cultura e as experiências que vivemos.
Dessa forma, nossa capacidade de criar algo novo surge quando essas influências interagem com nosso repertório mental, permitindo a conexão de ideias que, aparentemente, eram desconexas.
Assim, a criatividade não é um dom exclusivo de um certo grupo de pessoas, mas, sim, uma habilidade que pode ser desenvolvida com prática e estímulo constante.
E quais são os tipos de criatividade?
A criatividade pode ser dividida em quatro tipos principais:
- Criatividade expressiva, presente em artes e comunicações.
- Criatividade técnica, voltada para solucionar problemas práticos.
- Criatividade inovadora, que busca criar algo totalmente novo.
- Criatividade emergente, relacionada à improvisação e adaptação em tempo real.
Cada tipo atende a necessidades diferentes, mas todas compartilham a essência de conectar ideias de maneira única. E reconhecer esses tipos ajuda a explorar as diferentes formas de expressão criativa, seja em projetos artísticos, científicos ou corporativos.
Como ocorre o processo criativo?
Assim como o desenvolvimento de qualquer habilidade em um ser humano, o processo criativo envolve diferentes etapas, que, geralmente, começam pela percepção de um problema ou necessidade.
Em 1926, o psicólogo social inglês da London School of Economics, Graham Wallas, de 68 anos, lançou uma teoria chamada “Arte do Pensamento”. Essa teoria definiu, pela primeira vez, o processo da criatividade em quatro estágios.
Nesse sentido, Wallas fala sobre os quatro estágios do processo criativo — preparação, incubação, iluminação e verificação — como uma delicada dança osmótica entre trabalho consciente e inconsciente.
Abaixo explicamos cada um deles.
1. Preparação
Essa é a fase em que o problema é investigado em todas as suas variáveis e explorado ao máximo. É uma etapa totalmente consciente, em que o cérebro absorve toda a informação e a coloca nas "caixinhas" determinadas pela mente.
Assim, o importante aqui é fazer as perguntas corretas, e beber das melhores fontes, de forma a abrir as possibilidades.
2. Incubação
O período seguinte é de processamento inconsciente, no qual a mente criativa trabalha sem esforço direto. Muitos artistas se referem a essa fase como o "ócio criativo".
Ou seja, aquela fase em que você não está deliberadamente procurando a solução do problema. Mas, na verdade, a sua mente está procurando novas conexões de forma inconsciente, com base na preparação realizada anteriormente.
Há quem pratique esportes, vá ao cinema ou tome um banho. Há também quem alterne atenção com outro problema ou projeto, para ganhar tempo nele, enquanto deixa a mente inconsciente trabalhando naquele.
É nesse estágio que alguns criativos notáveis — o cineasta David Lynch, para citar um — defendem a meditação como forma de potencializar o trabalho do inconsciente na busca pela solução criativa mais profunda.
3. Iluminação
Esse é o momento do "A-HA Moment", do Eureka, do insight criativo. A iluminação acontece após o trabalho do inconsciente e a transição de volta para o clique da nova ideia, formada pela associação inédita de dois elementos repertoriados pela mente criativa.
No entanto, a Iluminação não é um processo totalmente consciente — depende dos estágios anteriores. Também não pode ser forçada. Ela pode vir em segundos ou em horas, mas acredite: ela sempre virá.
4. Verificação
Esse é o último e certamente o mais doloroso estágio: aquele em que o criativo tem que colocar sua ideia em prática e à prova. Sabe-se que a Iluminação, em si, não produz o trabalho criativo: ela apenas acende a chama que leva ao caminho.
A verificação, portanto, não é simplesmente testar a ideia com outras pessoas, mas sim checar se ela é capaz de se adequar à realidade.
"As ideias demandam disciplina, vontade e, sobretudo, esforço, para se tornarem realidade".
Graham Wallas
Considerações importantes
Os quatro estágios do processo criativo não são lineares, nem tão bem definidos quanto neste texto — ou você realmente achou que a sua mente só funciona em caixinhas?
Muitos processos criativos, por exemplo os artísticos, podem não partir de um problema a ser incubado, mas sim de um sentimento, uma experiência, uma memória. E é nesse ponto em que a aplicação da teoria diverge entre as profissões criativas e a pura arte.
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Quais as características de uma pessoa criativa?
Pode parecer clichê, mas não deixa de ser verdade: pessoas criativas têm algumas características em comum, que é a famosa capacidade de serem originais.
Isso quer dizer que elas conseguem conectar ideias de diferentes áreas e solucionar problemas de maneira inovadora. De maneira geral, são curiosas e buscam constantemente aprender, além de serem abertas a experiências e visões diferentes.
Assim, flexibilidade cognitiva para se adaptar a novos cenários e resiliência para lidar com desafios e críticas também fazem parte da lista de características de uma pessoa criativa.
Portanto, nada mais justo do que associar essas qualidades à criatividade, já que o processo criativo exige persistência — testar, errar e ajustar são passos essenciais para alcançar os melhores resultados.
Mas, não se engane, qualquer pessoa pode desenvolver um processo criativo!
Os 5 pilares para desenvolver a criatividade
Depois de conhecer mais detalhes sobre o que é a criatividade e como funciona o processo criativo, você pode se perguntar: mas como eu incentivo essa prática?
O potencial criativo pode ser desenvolvido com hábitos simples e consistentes, que podem ser adaptados à realidade de cada pessoa. Para Marcio Ballas, existem 5 pilares que ajudam a florescer a criatividade:
1. Aceitação
Ballas defende que é muito importante aceitar o outro, entender que o outro é diferente — e que isso é bom para o processo criativo.
Assim, quando se está em um processo de brainstorming, por exemplo, é importante acolher todas as ideias que surgem. E elas podem impulsionar novas criações.
É muito importante tirar o julgamento, aquela voz da cabeça que fica julgando o outro e nós próprios.
O apresentador também acredita na importância de nos adaptarmos constantemente aos contextos em que estamos inseridos. “Se o budget da agência está baixo, invente em cima disso.”
2. CapaSIMtação
Ballas acredita que nascemos criativos, mas que muitas vezes somos podados durante a vida com filtros sociais ou julgamentos. E isso faz com que bloqueemos algumas ideias rapidamente.
Portanto, para ele, o “não” deve ser retirado do processo de criatividade. Nesse sentido, ele faz uma analogia com a brincadeira do improviso, imaginando a seguinte situação:
1ª Pessoa: Faz tempo que a gente não se vê?
2ª Pessoa: A gente se viu ontem.
1ª Pessoa: Você está tomando o quê?
2ª Pessoa: Nada.
O bloqueio é quando a segunda pessoa não entra na brincadeira. Por isso, o “não” trava e impede o processo criativo de acontecer.
3. O sim e o erro
Assim como, no teatro, pode acontecer de o ator esquecer a fala e ter que improvisar, nos universos das agências também é necessário aprender a lidar com os resultados não esperados, as desaprovações de peças, os erros.
Portanto, é importante saber como incorporar a nova situação e continuar o show, no bom sentido.
4. Improviso
Para Ballas, o improviso é combinar coisas que já existem de uma maneira diferente. E isso tem tudo a ver com criatividade!
Nós somos seres humanos adaptáveis e conseguimos, sim, nos adaptar a situações novas. Cada vez mais temos que estar preparados para isso, reagir às nossas experimentações
No entanto, o apresentador defende que o improviso também exige planejamento. Esse planejamento pode ajudar no ciclo: experimentar, adaptar-se aos resultados obtidos e experimentar novamente.
Esse é um meio para trazer soluções que realmente façam a diferença e tragam inovação.
5. Co-criação
Co-criar significa criar junto. Nesse sentido, Ballas aposta que a interação entre pessoas com diferentes backgrounds pode ser muito potencializadora na busca de soluções inovadoras.
Assim, para ele, o trabalho em equipe só funciona quando está todo mundo focado e trabalhando junto.
Qual o papel da criatividade na sociedade?
A gente ouve dizer que o mundo é feito para os espertos, mas o fato é que a sociedade é movida pelos criativos. A criatividade é responsável por impulsionar as maiores inovações em todas as esferas, como ciência, arte, tecnologia e negócios. Ou seja, o progresso da humanidade vem daí.
É com a criatividade que se resolve problemas complexos, melhora a qualidade de vida e promove avanços que moldam o futuro.
Portanto, é impossível separar a criatividade do desenvolvimento do mundo de maneira geral. Isto porque, a partir dela, as pessoas aprendem a lidar com mudanças e desafios de forma mais eficiente, surgindo novas formas de expressão e comunicação.
Por que a criatividade é importante para os negócios?
A criatividade é uma das competências mais valorizadas no mundo corporativo, uma vez que impulsiona a inovação em qualquer ambiente — e isso é fundamental para manter a competitividade.
Portanto, empresas criativas têm mais chances de identificar tendências, resolver problemas de forma diferenciada e criar produtos e serviços que se destacam no mercado.
Um ambiente de trabalho que estimula a criatividade aumenta o engajamento e a produtividade da equipe. E o trabalho é constante: líderes criativos inspiram seus times a pensar de forma inovadora, enquanto os colaboradores se sentem motivados a criar.
E tudo isso contribui para a diferenciação da marca e para o crescimento sustentável de uma empresa.
Quais são os desafios para a criatividade?
Um dos maiores desafios para a criatividade é o medo de errar ou ser criticado. Esse receio pode inibir a liberdade de explorar novas ideias e limitar o potencial criativo.
Sob o mesmo ponto de vista está a sobrecarga de informações, que é um obstáculo que pode prejudicar o foco e a capacidade de conectar ideias. Entretanto, para tudo existe uma solução: superar esses desafios faz parte dos dilemas de viver em sociedade.
Por isso, é importante cultivar um ambiente acolhedor para que o processo criativo flua — em qualquer âmbito da vida. Assim, praticar resiliência e manter uma rotina equilibrada, que permita o descanso mental, também são ações que desempenham papéis fundamentais.
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