
Cada vez mais o mercado de comunicação exige que profissionais e empresas se reinventem, adaptando-se ao nível de exigência e competitividade de um mercado volátil. Se o desafio é grande para aqueles que atuam como empregados ou freelancers, este torna-se ainda maior para quem também lida com os desafios de gestão.
O Censo Agências 2018 traçou o perfil dos profissionais empreendedores da área criativa, que estão à frente de agências de comunicação e publicidade no país.
1. A maioria dos gestores de agências são jovens
De acordo com a pesquisa, a maioria deles (47%) têm entre 26 e 35 anos; 30% entre 36 e 45 anos; e a terceira maior fatia (12%) é composta pelos mais jovens que têm até 25 anos.
Todos se veem diante da difícil missão de fazer uma gestão inteligente, que seja capaz de driblar qualquer tipo de dificuldade ou ameaça externa: de um desafio característico do setor até uma crise econômica.
Muitas vezes, eles dão de cara com a missão de comandar uma equipe, mesmo com pouca experiência com liderança. E o desafio não é só esse. Comumente, o jovem gestor também não está familiarizado com a parte burocrática do negócio.
Ou seja, embora tenha a expertise estratégica de comunicação, ainda não domina todos os processos de gestão. Talvez, isso também explique a tendência da maioria deles focar em tarefas operacionais, e não na administração como veremos em seguida.

2. Gerir não é a única preocupação
A maioria deles precisa expandir suas habilidades, antes quase exclusivamente comunicacionais, e ter um conhecimento amplo para dar conta das diferentes demandas. Atualmente, além de gestor, 31% deles é atendimento; 23% financeiro/administrativo; 22% criação e 14% planejamento.
Nota-se que 53% deles estão envolvidos em atividades puramente operacionais da agência — atendimento e criação. Ou seja, em vez de se aproximar da gestão, distanciam-se dela.
Tal movimento acontece por razões diferentes. Uma delas, já citadas no item anterior, pode ser a tendência de permanecer focado nos processos de comunicação, porque ele está familiarizado com essa área, deseja entregar o melhor ao cliente e, na condição de gestor, tende ao microgerenciamento.
Outro fator é o formato enxuto da equipe. Com times formados por um número pequeno de profissionais, muitas vezes, diante da demanda, para evitar terceirização e manter a lucratividade, o gestor assume tarefas operacionais para concluir jobs em tempo hábil e honrar com os prazos estabelecidos.
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3. Eles têm pouca experiência como proprietário
É preciso considerar, porém, que o exercício de gerenciamento é inédito para a maioria: 52% deles assumiram pela primeira vez o desafio de empreender e tomar a frente da gestão do negócio. Enquanto 28% já tiveram outras empresas na área da comunicação, e 20% trazem consigo a experiência de ter sido empreendedor em outra área.
Neste aspecto, aqueles que já tiveram à frente de outra empresa, invariavelmente, saem na frente. Afinal, a coleção de erros e acertos é maior e o domínio dos processos gerenciais e burocráticos também. Além disso, quem já foi empreendedor um vez acumula mais vivência e já conhece melhor a dinâmica e as especificidades do mercado.
De todo modo, é só percorrendo o caminho que os jovens empreendedores podem ganhar a mesma maturidade. Então, o segredo é superar os desafios da gestão e aprender com cada um.

4. O negócio é novo
Além disso, a jornada de gestão está apenas no começo para grande parte dos gestores do mercado de comunicação. Quando o assunto é tempo de vida da empresa, 47% estão à frente de agências que têm entre 1 e 5 anos de história; outros 25% lideram agências que têm entre 6 e 10 anos e 14% com negócios de 11 a 15 anos de vida. Somente 6% dos gestores lideram empresas com mais de 21 anos de trajetória.
Enquanto as agências mais maduras acumulam pontos e credibilidade pela sua atenção de destaque, as mais jovens empreendem uma jornada árdua em busca de novos clientes, profissionais de destaque, boas parcerias, um espaço bacana, uma boa infraestrutura e, principalmente, da sustentabilidade da agência.
Dificilmente em um espaço de tempo de cinco anos a agência está com todos estes aspectos bem resolvidos. Quando o tempo de atuação é menor, há muitos ajustes a serem feitos e isso exige do gestor tempo, foco e dinheiro.

5. Lideram equipes pequenas
Neste cenário, é possível observar um movimento de amadurecimento dos gestores e das suas agências que lutam para se destacar mesmo com uma estrutura enxuta.
Atualmente, 40% delas contam uma equipe de, no máximo, 5 funcionários; seguidas por outras 34% que mantêm times de 6 a 10 pessoas. Dentro deste universo, as agências com equipes um pouco maiores são minoria: 18% têm de 11 a 20 profissionais e apenas 8% têm mais de 21 colaboradores.
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De certo modo, o percentual menor de agências que formam times maiores e mudam de porte indica também que os gestores enfrentam dificuldades e resistências no processo de fortalecimento da estrutura e, principalmente, de fomento ao crescimento da agência.
Devido a um conjunto de fatores, que engloba desde o tempo burlado do gestor com tarefas operacionais até as dificuldades com rentabilidade financeira e alta carga de impostos, o avanço da agência é prejudicado e se dá, muitas vezes, em ritmo lento. Isso porque o foco da administração acaba se voltando para pagar as contas e manter a empresa em plena atividade.
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Os dados do Censo de Agências 2018 não traçam apenas o perfil dos gestores de agência, mas, sobretudo, permitem correlacionar o desempenho destes administradores à atual dinâmica do setor publicitário, levando à compreensão da origem dos erros e acertos.

A verdade é que os gestores comunicadores de agências precisam ser multifacetados e expandir suas habilidades em direção a caminhos inexplorados na gestão do negócio. Só assim, com entrega e muita dedicação voltada à administração, é possível fazer a mola propulsora do crescimento da empresa ganhar força e ritmo constantes. É disso que depende a sustentabilidade das agências e do segmento publicitário.
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Esse post foi produzido pelo time da Operand, software de gestão para equipes criativas que precisam gerenciar projetos, tarefas e equipe.