7 dicas do livro TED Talks para usar no cotidiano da sua agência

Segundo autor do livro TED Talks, Chris Anderson, comunicar-se bem não é uma fórmula: é um trabalho que consiste em ter algo valioso para dizer; veja 7 dicas que podem ser aplicadas no cotidiano da sua agência

Mônica Custódio
Mônica Custódio8 de julho de 2020
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Se você está na internet, é provável que em algum momento já tenha cruzado com um vídeo de palestras do TED – aquelas conferências nas quais os palestrantes são eloquentes e fazem apresentações inspiradoras, criadas a partir de temas originais e relevantes para a contemporaneidade.

Mas será que tudo isso é um dom dessas pessoas? Não! Afinal, já são milhares de apresentações realizadas. E é essa ideia de que comunicar-se bem é uma habilidade adquirida por meio da prática que o curador das conferências, Chris Anderson, defende no livro TED Talks - Guide to public speaking, lançado em 2016.

Segundo Chris Anderson, comunicar-se bem não é uma fórmula: é um trabalho que consiste em ter algo valioso para dizer, e em dizê-lo de maneira autêntica. Por isso, o autor traz lições que ensinam a ter ideias originais, relacionar-se com a audiência e contar uma história – muitas delas aplicáveis ao cotidiano das agências, tanto no processo de conquista de novos clientes (construção de briefing, apresentação da proposta comercial), como na oferta de serviços (elaboração de campanhas criativas, apresentação de relatórios).

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Livro TED Talks - guide to public speaking, de Chris Anderson

O que é TED

O TED começou como uma conferência anual que juntava os campos de tecnologia, entretenimento e design (daí a sigla). Recentemente, no entanto, expandiu-se, buscando cobrir qualquer tópico de interesse público. Os oradores do TED buscam tornar suas ideias acessíveis às pessoas fora da sua área por meio de apresentações curtas, que são preparadas com cuidado. Chris Anderson e seus colegas trabalharam com centenas de oradores, ajudando-os a entregar mensagens melhores.

As apresentações começaram a ser publicadas online, e muitas viralizaram. Atualmente o canal TED no youtube possui mais de 17 mil inscritos e 3.394 vídeos. Uau!

As palestras promovidas pelo TED e TEDx (eventos independentes promovidos ao redor do mundo realizados no modelo TED), não à toa, se tornaram referência quando o assunto é oratória e comunicação. Trazemos neste post 7 pilares defendidos no livro TED Talks - Guide to public speaking.

1. Tenha uma ideia original

A ideia central da obra de Chris Anderson é a de que qualquer um com uma ideia original, “que vale a pena compartilhar”, é capaz de comunicar-se de maneira poderosa. Para o autor, o mais importante em termos de transmitir ideias não é confiança ou presença de palco, mas ter algo a dizer. Segundo ele:

Estilo sem conteúdo é péssimo.

Da mesma forma, não copie nem replique com os clientes da sua agência a mesma estratégia de clientes antigos: personifique seu atendimento, mostrando que você compreende que as marcas têm valor único. Customize a solução, conectando-a com os objetivos do cliente.

Para o autor, todas as pessoas têm algo que ninguém mais possui: a sua própria experiência de vida. “Ontem, você viu uma sequência de coisas e experienciou uma sequência de emoções que é, literalmente, única. Você é o único dentre 7 bilhões de pessoas que tiveram aquela experiência. Então, será que consegue tirar algo dela?”, diz.

2. Use uma linguagem que sua audiência entenda

Você tem uma ideia que vale ser compartilhada e seu objetivo é recriá-la dentro da mente de sua audiência. Como fazê-lo? Chris Anderson defende que não devemos subestimar o quão desafiador isso pode ser. Ele diz que, para dar conta dessa tarefa, os seres humanos desenvolveram uma tecnologia, chamada linguagem.

No livro TED Talks, Anderson defende que para recriar sua ideia no cérebro de alguém, você deve utilizar ferramentas às quais sua audiência tem acesso. Se você começar com sua própria linguagem, seus próprios conceitos e valores, falhará. Então, ao contrário, comece com os do público. “É só por meio dessa base comum que eles podem construir sua ideia dentro das próprias cabeças”, diz. Esse é um mindset bem relevante na hora de fazer as campanhas dos clientes, não é mesmo?

E para fazer isso é essencial que você conheça a fundo o público-alvo do cliente, então não pule a etapa de criação de personas.

3. Dê algo para a audiência, não tire dela

Quando as pessoas sentam em uma sala para ouvi-lo, estão oferecendo algo precioso: alguns minutos de seu tempo e atenção. Use-os da melhor forma possível!

Por isso, divagar não é uma opção: é necessário preparar-se com antecedência. “O princípio é o de lembrar que o trabalho do orador é dar algo para audiência, não tirar dela”, diz Chris Anderson. Mesmo em um contexto de negócios para sua agência, no qual você está fazendo um discurso de vendas, seu objetivo deveria ser o de dar insights relevantes para quem ouve. Em uma reunião de briefing, por exemplo, escute o seu prospect mas seja propositivo também e já explique alguns conceitos para ele. Com certeza ao aprender algo novo ele já o verá com mais valor e considerará isso no momento de pensar sobre a proposta.

Uma empresa pode ser fascinante para quem trabalha nela, mas tediosa para o restante das pessoas. Tudo muda, no entanto, quando você foca na natureza do trabalho que faz e no poder das ideias, não na própria organização.

4. Amarre suas ideias

Existe um termo, que é utilizado para analisar peças de teatro, filmes e livros, mas que também se aplica a palestras: é o throughline, que consiste em um tema que amarra cada elemento da narrativa. Para Chris Anderson, cada fala deveria ter um throughline.

Uma vez que seu objetivo é construir algo na mente dos seus ouvintes, você pode pensar no throughline como uma corda forte, na qual você vai amarrar todos os elementos que são parte da ideia que você está construindo.

Isso não quer dizer que sua fala deve cobrir somente um tópico ou contar somente uma história, mas sim que todas as partes devem estar conectadas. Um bom exercício é tentar encapsular sua throughline em não mais do que 15 palavras.

Pergunte-se que ideia você quer construir na mente dos seus ouvintes. Não é suficiente algo como “quero inspirar a audiência”. Seja preciso!

5. Crie empatia com o interlocutor

As agências dependem constantemente do engajamento dos clientes, tanto para comprar a ideia apresentada quanto para aprovar conteúdos, entender a importância da comunicação entre as equipes de marketing e vendas, ou atualizar-se em relação ao universo digital. Nesse contexto, é importante que o profissional de agências seja empático e consiga se colocar no lugar do cliente, sentindo as dores dele.

Chris Anderson acredita que informações não podem ser forçadas para dentro do cérebro do interlocutor: têm que ser colocadas lá. Por isso, antes de construir ideias dentro da mente das pessoas, você precisa da permissão delas.

Pessoas são cautelosas sobre abrir suas mentes a completos estranhos, e você precisa dribá-las. O melhor jeito de fazer isso é mostrando o ser humano dentro de você. Ouvir uma fala é muito diferente de ler um ensaio, pois não é somente sobre as palavras, mas também sobre as pessoas que as dizem.

Para causar impacto, é preciso de uma conexão humana. Você pode falar da forma mais brilhante, mas, caso não se conecte com a audiência, não funcionará.

Para conseguir essa conexão, Chris Anderson dá algumas dicas, como fazer contato visual para que as pessoas se sintam parte da conversa e mostrar vulnerabilidade. “Se você se sente nervoso, pode usar o nervosismo a seu favor: a audiência sente isso instantaneamente e, longe de desprezá-lo, como você pode temer, o oposto acontece”, diz o autor.

6. Conte uma história

No livro TED Talks, Chris Anderson diz que:

Nascemos para amar histórias: elas são geradoras instantâneas de interesse, empatia, emoção e intriga, e podem brilhantemente estabelecer o contexto de uma conversa e fazer pessoas se importarem com um tópico.

De acordo com o autor, contar uma história é um ótimo jeito de abrir uma palestra, fazer uma ilustração do assunto no meio da apresentação e, às vezes, uma boa maneira de encerrá-la.

Ele ainda citou o que considera “um dos maiores matadores de conexão”: o pensamento tribal. “Seja na política, religião ou raça, pessoas que são parte de uma comunidade que rejeita as ideias que você quer articular são, para dizer o mínimo, uma audiência desafiadora”, explica.

Baseie sua história em um personagem com o qual sua audiência pode criar empatia; construa tensão, seja por meio de curiosidade, intriga social ou perigo; ofereça o nível certo de detalhes – com pouco a história não é vívida, e com muitos pode ser complicado entender; encerre-a com uma resolução satisfatória, seja engraçada, comovente ou reveladora. E aí, quais histórias você está contando dentro da estratégia digital dos seus clientes?

7. Atenção aos slides!

Ok, você fechou negócio alinhando expectativas com o cliente, executou as ações de Marketing Digital e agora chegou a hora de apresentar seus relatóriosPara ficar satisfeito com o trabalho da agência, o cliente precisa perceber o valor das entregas feitas — e é mais fácil que isso se concretize caso ele acompanhe o processo. Também é uma forma de vocês adequarem os processos que estão em andamento, ajustando a estratégia.

No século XXI, é possível complementar a palavra falada com uma miríade de tecnologias que, se utilizadas da maneira correta, podem levar uma palestra para um outro nível. Fotos, ilustrações, tipografia elegante, gráficos, infográficos, animações, vídeo, áudio – todos podem melhorar o poder explanatório de uma fala e seu apelo estético.

Apesar disso, a questão a fazer é: esses recursos são, realmente, necessários? De acordo com Chris Anderson, muitos TED bem-sucedidos não têm nenhum recurso desses. Slides, por exemplo, tiram um pouco da atenção direcionada ao orador para a tela. Feita essa ressalva, o autor acredita que a maioria das palestras podem se beneficiar de slides ótimos e, para algumas, recursos visuais são a diferença entre sucesso e falha.

Depois de preparar sua apresentação, escolher sua fonte e suas cores, olhe sua apresentação no seu computador ou, ainda melhor, na sua TV ou em um projetor, e afaste-se alguns passos da tela. Você consegue ler tudo?


Esperamos que essas dicas do livro TED Talks tenham sido úteis para o cotidiano da sua agência. E você, quais estratégias utiliza para se comunicar com seus clientes? Deixe seu comentário! 

Mônica Custódio

Mônica Custódio

Quem escreveu este post

Oi! Eu sou jornalista e já trabalhei com jornal impresso, assessoria de imprensa e revisão de textos. Desde 2016, estou me aventurando pelo mundo do marketing digital. :)

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