No século XXI, a tecnologia avança de forma exponencial - daí a sensação que temos de que as novidades chegam rápido demais: de repente, seu celular novinho está ultrapassado; aquele aplicativo que fazia sucesso no mês passado foi completamente esquecido.
Para quem nasceu antes dos anos 80 - os chamados migrantes digitais - adaptar-se a essa rotina virtual representa um desafio; porém, os nativos digitais, hoje crianças e jovens de até vinte e poucos anos, enfrentam com naturalidade o surgimento de aparatos antes reservados a filmes de ficção científica (estou falando de você, impressora 3D).
É um caminho sem volta. A relação que as novas gerações têm com seus aparelhos eletrônicos em muito difere daquelas nutridas por seus pais e avós. O smartphone não é somente fonte de entretenimento, que deve ser desligado em momentos "sérios" - é canal de comunicação, é ferramenta de criação, é porta para aprendizado, é plataforma para consumo.
Proibir a tecnologia na escola, portanto, é uma missão fadada ao fracasso; a melhor proposta é, mesmo, descobrir como usá-la para atingir seus objetivos, sejam eles pedagógicos ou de gestão. Isso implica em estar aberto às novidades, buscando compreender o potencial de cada ferramentas digital no contexto escolar (e, inclusive, saber dizer não quando convém). Selecionamos três formas de transformar sua instituição de ensino com ajuda da tecnologia:
1. Otimizando o tempo do professor
De acordo com a OCDE, o professor brasileiro gasta 22% mais tempo em tarefas fora de sala de aula do que seus colegas de profissão em outros países. As atividades burocráticas representam 13% da sua carga de trabalho. Encaixam-se aí a elaboração e correção de provas, criação de tarefas de casa, preenchimento de chamada, planilhas e boletins, bilhetes para a família, planejamento de aulas… E mais, muito mais.
São funções que trazem resultados positivos? Sim. São funções que poderiam ser otimizadas com tecnologia? Com certeza.
Ferramentas digitais são ideais para otimizar o tempo do professor com tarefas operacionais, deixando-o livre para o que é intelectual e criativo. É possível encontrar no mercado plataformas com acervo de videoaulas, exercícios e tarefas de casa, correções automáticas em tempo real, relatórios de desempenho que permitem comparar a evolução de alunos, turmas e unidades - tudo isso, sem que o professor vire noites em claro. Outras oferecem agendas online, facilitando a comunicação entre professores e gestores ou entre a escola e os pais. Basta encontrar a que faz mais sentido para a sua instituição!
2. Personalizando o ensino
Em meu artigo anterior aqui no blog da RD, discutimos a personalização do ensino por meio de algo chamado big data. O big data é a compilação e análise de um grande número de dados, que não seria possível sem auxílio da tecnologia. A melhor parte de se trabalhar com o big data? Ele fica mais e mais apurado conforme o usuário interage com a plataforma: ou seja, se um aluno estuda online diariamente, a plataforma se torna cada vez mais certeira ao lhe sugerir conteúdos que vão ao encontro de suas necessidades.
Imagine que a ferramenta está prestando atenção em tudo: quais as áreas de conhecimento em que o estudante tem facilidade ou dificuldade, qual formato é mais eficiente em ensiná-lo (vídeos, textos, infográficos, podcasts, resolução de problemas?), em quais horários rende mais, como a ordem em que os temas são apresentados influencia seu aprendizado. Agora, imagine ter esse olhar aprofundado para cada indivíduo na sala de aula! Esse é um nível de entendimento que uma escola não conseguiria atingir sem suporte tecnológico.
3. Captando e retendo alunos
O trajeto de uma família desde o primeiro contato até a decisão de matricular o jovem em sua instituição de ensino passa por diversas ferramentas digitais. Com certeza, você consegue se lembrar de algumas: uma página no Facebook, o site da escola, um blog com conteúdos relacionados à educação e às metodologias adotadas, emails, tudo que leve, finalmente, a uma visita presencial.
Em cada uma das etapas acima, o gestor (ou a equipe de comunicação, caso haja uma) tem a oportunidade de conhecer melhor aquela família e o que ela valoriza em uma escola. Assim, consegue destinar mais esforços àquelas que se encaixam em seu perfil - por exemplo, se os pais estão à procura de uma escola pequena, em que os alunos são tratados pelo primeiro nome e com foco na formação cidadã, talvez sua grande rede, cujo diferencial é a alta aprovação em vestibulares e os professores de cursinho, não satisfaça esses desejos. Em vez de investir recursos e tempo valiosos, mas cegos, a tecnologia fornece essa visibilidade desde o princípio.
Depois de o estudante estar matriculado, a comunicação online também é uma carta na manga de qualquer instituição, que pode nutrir a família com materiais relevantes para que elas se sintam parte da comunidade escolar e a par dos acontecimentos em sala de aula.
Além disso, o próprio fato de a escola investir na infraestrutura, expondo seus alunos às linguagens digitais, é visto com bons olhos: eles sentem que estarão mais preparados para o mercado no novo milênio.
Esse post foi escrito por Marcela Lorenzoni, da equipe de marketing da Geekie.