Quanto tempo é suficiente para se dizer que uma pessoa cumpriu sua missão dentro de uma empresa? É claro que não há uma resposta certa para isso, assim como não há para a maioria dos nossos questionamentos temporais. E também, cada vez mais, para nossas inquietações profissionais. Por que pergunto isso, então? Para falar do Google.
O assunto principal do post de hoje é a saída de duas pessoas que efetivamente mudaram o mundo da operação diária da empresa que criaram. Seria covardia comparar nossos cotidianos mundanos com os das figuras que debateremos a seguir. Se cada um de nós esperar até mudar o mundo para mudar de trabalho… bom, por que não?
Dezembro está aí, e com ele o ímpeto de mudar tudo para o ano que vem. Se você fizer uma avaliação profunda e considerar que precisa sacudir a poeira, vá em frente. Sempre digo aqui que o tempo é uma ilusão, mas vale ressaltar que seu simbolismo, principalmente de renovação, é importante. Então, que tal mudar o mundo em 2020? Sem pressão!
Larry Page e Sergey Brin deixam o comando da Alphabet, empresa-mãe do Google
Larry Page e Sergey Brin surpreenderam o mundo, nesta semana, com o anúncio de que vão deixar os cargos de, respectivamente, CEO e presidente da Alphabet. Se esses nomes não lhe dizem nada, esclarecemos: trata-se da empresa “mãe” do Google, fundada em 1998, justamente pelo americano Page e o russo Brin.
A Alphabet, por sua vez, foi criada em 2015 para que Larry Page e Sergey Brin pudessem deixar o dia a dia do Google (tanto do buscador quanto de outros produtos) e se dedicar a projetos mais arriscados. Eles incluem a Calico, de biotecnologia, a DeepMind, de Inteligência Artificial, a Waymo, de carros autônomos e a Wing, de entregas por drones.
O ponto é que, apesar de manterem mais de 51% das ações e, portanto, o controle da companhia, Page e Brin decidiram dar um tempinho da operação. Quem somos nós para julgar esses caras, né? Quando eu tiver 46 anos, for multibilionário e tiver mudado o mundo, também vou querer um tempinho livre extra para ver minhas séries favoritas.
Decreto em definitivo
Na verdade, eles já estavam afastados dos holofotes desde a criação da Alphabet, focando em carros-robôs-voadores-inteligentes. Page e Brin não apareceram nem mesmo na última reunião anual dos acionistas. Ou seja, os sinais de que queriam soltar o decreto em definitivo e sextar todos os dias eram bem claros.
E sobrou para quem perder os fins de semana e ter que liberar a verba da festa de fim de ano? Para Sundar Pichai, que vai acumular os cargos de CEO do Google e da Alphabet. No comunicado de saída, aliás, a dupla disse que, aos 21 anos da empresa, é hora de atuar como pais orgulhosos e não interferir, só dar conselhos - eles vão ficar no conselho, aliás.
Pichai vai comandar um conglomerado que só cresce - recentemente comprou a Fitbit, por exemplo - e continua gerando lucros estratosféricos. Sob o olhar dos “pais orgulhosos”, ele vai enfrentar desafios de computação em nuvem, Inteligência Artificial, privacidade e muito mais. Experiência certamente não lhe faltará.
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YouTube tenta recuperar a magia de seu Rewind e (parece que) falha de novo
Talvez você não saiba, mas o vídeo com maior número de “descurtidas” da história do YouTube é o Rewind de 2018 do próprio YouTube. Foram mais de 17 milhões de polegares para baixo. O diagnóstico foi que a comunidade youtuber não se viu representada, com muitas celebridades e poucos criadores nativos da plataforma
Fast forward para 2019. O YouTube lançou nesta semana o Rewind 2019, com a seguinte descrição: In 2018, we made something you didn’t like. For Rewind 2019, let’s see what you DID like. Não tinha mesmo como ignorar a debacle do ano passado. Antes de continuar no assunto, assista ao vídeo abaixo e veja se você curte!
Bom, quando este post foi escrito, o Rewind 2019 já estava 500 mil dislikes, em cerca de 3 horas. Claro que uma parte dessa rejeição é pura zoeira, mas pelos comentários dá para sentir que a galera não curtiu muito o esquema de top 10. Porém, os creators mais famosos estão por lá, além de fenômenos como Nilson Papinho (aquele tiozinho do slime).
Qual lição podemos tirar de toda essa situação? Que o internauta é um eterno descontente? Que a zoeira não tem limites? Ou que a busca incessante por aprovação está tornando a internet um lugar insuportável, insalubre e miserável não apenas para pessoas, mas também para grandes corporações mesmo aquelas geradas na economia digital?
Sim.
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Spotify tem a volta de Jay-Z e as coletâneas da década
Já virou tradição de fim de ano postar as mais ouvidas do Spotify nas redes sociais. Em 2019, a plataforma de streaming inovou e permitiu aos usuários fazer coisas novas, como gerar artes com as músicas mais tocadas na década. As opções de compartilhamento eram múltiplas, e tinham também os podcasts com os quais o ouvinte mais engajou.
Você certamente deve ter visto essas artes por aí, e provavelmente postou as suas. Ainda nesta semana, o Spotify foi assunto por causa do retorno de um dos artistas mais relevantes dos últimos 25 anos: o rapper americano Jay-Z. Para comemorar seu aniversário de 50 anos, ele disponibilizou toda sua discografia na plataforma.
“Ué, mas ele não estava lá?” Não, pois Jay-Z tem uma plataforma concorrente do Spotify, o Tidal. Ou, ao menos, tenta concorrer. Ou tentava, vai saber se ele vai desistir depois dessa. Parece ser mais um sinal de que as grandes marcas de tecnologia vivem momentos de concentração, na busca pela hegemonia. Bom, sobe o som aí!
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