O baque da crise foi majoritariamente negativo para as agências de marketing e publicidade, de acordo com o estudo “Panorama PMEs: Os impactos da Covid-19 e os passos para a retomada”. A pesquisa apontou que apenas 18,7% das agências tiveram um impacto positivo em receita durante a pandemia. Deste seleto grupo, mais da metade notou um aumento de até 20% em receita.
“Sortudos!”, você pode pensar. Mas a verdade é que sucesso não tem ver com sorte, e sim com trabalho duro e consistente. Não se colhe bons frutos sem antes preparar o terreno. E é isso que precisamos ter em mente quando olhamos os cases de sucesso da nova normalidade. Os bons resultados das empresas que estão se destacando em meio à crise são, sobretudo, consequência de um bom trabalho que já vinha sendo feito.
Mas então, voltando para a analogia de preparação de terreno, quais os ingredientes necessários para preparar o solo para o plantio? Ou, em outras palavras, o que as agências que continuam colhendo bons frutos mesmo em um cenário adverso têm em comum?
Para debater essa questão convidamos o Fábio Duran, CEO da Hubify, agência parceira da RD, para um bate-papo. Abaixo você confere os principais insights da conversa e, ao final do post, o link para assistir a gravação da live. Recomendo que você, dono de agência, assista na íntegra para colher todos os insights.
A importância do Mindset
Para Fábio, quando a pandemia chegou ao Brasil a primeira reação observada no mercado (e na própria agência) foi a de negação. Aceitar a situação implicaria aceitar que a agência não cresceria tanto quanto o previsto no início do ano, o que gerou frustração. As agências que se saíram melhor foram as que absorveram isso mais rápido e logo aceitaram o novo cenário, tendo uma rápida capacidade de adaptação.
Segundo ele, esse mindset de adaptação foi a chave para manter a agência funcionando. Ao acomodar o modelo de negócios à nova realidade, foi possível identificar novas oportunidades e gerar novas demandas. Isso fez com que ao longo da quarentena a Hubify conquistasse novos clientes na mesma proporção que perdeu em seu início, o que equilibrou a balança do negócio.
Construção de longo prazo de marca
A marca é o DNA de uma empresa e é o que gera a conexão entre produtos ou serviços e clientes. Apesar de ter consciência sobre a importância do branding, muitas agências ainda olham exclusivamente para a marca dos clientes e acabam esquecendo da sua própria. Mas isso é um erro.
Segundo Fábio, construir uma marca sólida para a agência é fundamental para ter bons resultados. Uma marca forte é o que faz o mercado e os colaboradores enxergarem o negócio com bons olhos. E esse processo é um trabalho que engloba desde a criação da proposta de valor da empresa até a sua definição de perfil de cliente ideal.
Com uma marca bem estruturada também é mais fácil de encontrar os parceiros de negócios ideais. No bate-papo o CEO compartilha como esse processo foi fundamental para estreitar a parceria com a RD, por exemplo.
Cultura bem definida e time bem estruturado
Ter uma cultura bem definida e um bom time é o que faz qualquer empresa acima da média funcionar. Fábio destacou a importância desses dois pilares para o negócio. “A cultura ajuda muito, não adianta olhar só para números. A Hubify não sou eu, tem mais 28 pessoas lá”, disse.
Segundo o CEO, o segredo é contratar pessoas que são “melhores que você”. Nas palavras de Fábio: “tecnicamente meu time dá de 10 a 0 em mim, meu diferencial é a experiência de mercado”. Ele ainda destacou uma das ideias do livro “Good to Great”, de Jim Collins, que diz que o mais importante em uma empresa é colocar as pessoas certas dentro do barco. Essa é a premissa para ajustar as velas e chegar ao destino desejado.
Entender o que está acontecendo com negócios na mesma situação que o seu
“Uma coisa que eu sempre me preocupo em fazer é ouvir o que as outras pessoas que estão no mesmo contexto que eu estão falando”, disse Fábio. Para ele, escutar o ecossistema e compartilhar o que está sendo feito é fundamental para evoluir. Agências que se sobressaem precisam vencer o estigma da competição e aprender umas com as outras.
E nesse processo de aprendizagem é preciso manter sempre o mindset de adaptação. Muitas vezes o segredo não está em ser inovador ou criativo para encontrar a solução, e sim em ter os ouvidos atentos.